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No vazio dos olhos

Ouvi seu coração bater forte como um tambor
explodindo no peito como se fosse uma bomba;

Nas pontas dos dedos a pulsação na pele
ressecada pelo tempo, que não parou de seguir;

Seu semblante triste e cansado, marcavam a avançada idade
lançada ao mundo cão, às vezes dizendo sim, quase sempre dizendo não;

Meus olhos ardiam de alegria, tristeza, medo e emoção
querendo ler seus pensamentos e resumir seu coração;

Na ponta dos meus dedos, partindo lentamente e,
cada vez mais fraco, louco descompassado coração,
como relógio descompassado, tentando seguir o tempo
apressado como o vento e parou...

Acendi um cigarro, traguei forte a fumaça
soprei para o infinito, como se poluindo o quarto,
o tempo parasse. E parou.

Por um décimo de segundo parou de bater trôpego,
tropeçando em seu próprio ritmo, trazendo à lembrança uma vida,
tão amarga quanto fel, tão suave quanto pluma.

Tortuosa fumaça que subia lentamente, fugindo covardemente da ponta do cigarro, abandonando tudo e me deixando ali sozinho,
como aqueles últimos suspiros que se esvaíam do corpo inerte,
quieto na agitação da mente tumultuada como a vida;

Os olhar fixo no teto, olhando além da vida, como se elevasse a alma
pelo foco da visão, tentando encontrar a saída da terra e a porta do céu;

Sob os poucos e brancos cabelos, uma mente desentendida
a qual, governos governados viu, anarquistas soldados, vagabundos diplomados e...

Meu cigarro.
Um pouco mais que o filtro, se acabando em tragos e tragos
a fumaça se perdendo numa dança de liberdade;

Liberdade prisioneira, vida não vivida, guerra pela paz;

Os olhos. Se escondendo por cada gesto visto, se fechavam calados
resguardando-se para uma vida de eterna liberdade de enxergar,
de ouvir e se falar,
de se abrirem como flores tão belas de um jardim, que sem saber, cobriam cada desgraça da humanidade;

Meu cigarro... O último trago, um último suspiro, uma última batida;
Despedida sem aceno. Um minuto, uma hora, um dia, um século, uma eternidade.

E o tempo parou. Ou será que fui eu?
Não sei ao certo.
Dou as costas à vida que se apagou assim como meu cigarro;

Suspiro profundamente;
Abro a porta para o mundo e saio de olhos fechados...
cego para viver a vida que se foi
no vazio dos olhos.

 
   
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