Rio, 14/12/98.

Mas se no jardim não houver flores,
A grama murchar e morrer,
Inda que falte no campo as cores,
Sem sentimento fiquem as nuvens
E sem chorar deixem de molhar a terra...

Minta o fruto que cobre a serra
E a malhada seja de todo arrebatada,
Não encontres, pela manhã, a erva orvalhada,
Deixe de cantar o passarinho,
A rola triste, no galho seco, gemendo...
Não desanimes, segue o caminho!
Há recompensa, estou te dizendo!
A vitória só vem depois da batalha.

Caminha e não olhes para trás,
Rende louvor, salta a muralha,
Uni com amor para não espalhar.
Zumbem os ventos, mas estou a te guardar!

SEDNAN MOURA