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FRANK ABAGNALE E LAÉSSIO OLIVEIRA

Texto do Escritor e Acadêmico Fernando Félix Carvalho, nosso antigo Presidente da AGLAC:

FRANK ABAGNALE E LAÉSSIO OLIVEIRA

Vi o documentário sobre a vida criminosa de Laéssio Rodrigues de Oliveira que se especializou em furtar livros, desenhos e gravuras raras.
No início dos anos dois mil, os leilões se multiplicavam no eixo Rio-São Paulo e frequentemente seus catálogos registravam a presença de raridades bibliográficas, mapas antigos e obras dos renomados pintores viajantes dos séculos dezoito e dezenove que reproduziram em óleos e aquarelas a inebriante natureza da terra brasiliensis. E os preços subiam constante e vertiginosamente à medida que as disputas se tornavam guerras entre os arrematantes, ao som das ávidas marteladas dos leiloeiros. E muitas vezes essas preciosidades tinham como “proprietários” ladrões refinados na arte de subtraí-las das coleções públicas em museus, bibliotecas e arquivos.
Laéssio começou furtando peças relativas à Carmem Miranda, revistas, fotos, discos, que guardava e vendia nas ruas do Rio de Janeiro e São Paulo, atividade que lhe proporcionou conhecer um contingente de colecionadores dispostos a pagar fortunas, num outro momento, por um pequeno desenho de Debret, Spix ou Rugendas, para ficar apenas nestes. A propósito, em 2008 publiquei, pela Gráfica Falcão, um conto com o título de “O autógrafo”, onde relatei estes momentos de delírio alucinatório em que mergulham os colecionadores.
Aqui cabe um questionamento: Quem é o maior criminoso? Quem furta para vender ou quem compra, sabedor da origem fraudulenta do objeto de desejo? Laéssio é um homem simples, sem posses, cujo amadorismo se vê estampado no seu rosto e linguajar. Ocorre que apenas ele está respondendo criminalmente pelas aventuras, ficando sem punição os adquirentes do malfadado espólio, ocultos pela posição social e econômica de que desfrutam.
Paradoxalmente, como consequência positiva desses atos de vandalismo, pode-se, a partir de agora, aprimorar-se os sistemas de segurança sobre os valiosos acervos das instituições que, em suma, pertencem ao povo brasileiro. Temos uma riqueza artística de grande porte, não apenas nos ambientes fechados dos museus e bibliotecas, mas também ao ar livre, nas praças, nas ruas, nos cemitérios. É urgente uma vigilância efetiva já que os métodos dos meliantes se repetem e são, com algumas exceções, os mesmos em todas as épocas e lugares do Brasil e do mundo, além do que depois do atual aparato tecnológico disponível, qualquer crime deste tipo não aceita mais o carimbo da impunidade.
Nos anos cinquenta, nos Estados Unidos, um jovem, talentoso falsificador, lesou empresas e bancos, públicos e privados, em muitos milhões de dólares. Polícias de vários Estados entraram em prontidão permanente para encarcera-lo, porém o gatuno insistia em brincar e escapar ao cerco, até que um triste incidente familiar o levou a entregar-se. Foi condenado e cumpria normalmente a pena quando recebeu na cadeia uma oferta de emprego honesto. Iria trabalhar para o governo americano, aplicando seus conhecimentos na apuração de fraudes bancárias e falsificação de cheques. Aceitou e tornou-se um dos mais destacados peritos do FBI. Depois de alguns anos de trabalho profícuo, aposentou-se. Hollywood produziu um belíssimo filme sobre o fato com Leonardo di Caprio na pele do falsário recuperado Frank Abagnale Junior.
Por que não tentar a mesma estratégia com o Laéssio? Ele é jovem, inteligente, autodidata, conhecedor de antiguidades, chegando a declarar, no documentário exibido pela Globo News, que o cheiro dos livros o transporta a regiões desconhecidas da mente. Ele demonstra amor pelo passado e tem prazer em manipular relíquias. Sobrevive na corda bamba, aproveitando-se do descaso pela vigia dos nossos tesouros abandonados, aliado ao delírio patológico dos que desejam possuir o proibido, distúrbio comportamental que pode ser vencido inclusive com o implemento de estudos especializados. Em sintonia com as instituições e sempre ao lado do bem, poderia tornar-se um fiel soldado na guarda, manutenção e divulgação dos acervos, parceiro na criação de sistemas de segurança de nossas reservas culturais. Know-how não lhe falta. É muito melhor uma inteligência dessa atuando em favor da sociedade num trabalho limpo, remunerado. E sem prejuízo do cumprimento das penas legais pelos erros cometidos, tudo direcionado para sua reabilitação e reinclusão social. Afinal, não é exatamente este o ideal da Justiça?
Lembrando o episódio Abagnale, há alguns anos um político baiano espertalhão declarou que o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil. Neste caso particular estou com os ianques.

Fernando Félix Carvalho

 
   
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