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Você, em mim...O teu cheiro exala do meu leito!,
do travesseiro, do lençol,
do ar impregnado de lascívia...,
que me arromba as narinas
e me deixa entontecido de saudade!
Um desejo intenso, quase insano,
de calar seus apelos com meus lábios
e, no intumescido dos seus seios
me perder em libertinagem sem igual!
É deboche, o seu cheiro desregrado
invadindo minhas narinas com vicejo.
É de um descaramento sem tamanho!,
pois que procuro seu corpo em meu leito,
encontro suas vestes pendidas no cabideiro
e concebo você desnuda e desavergonhada,
com todo o despudor da minha imaginação.
O que tenho para acariciar?,
senão um vazio ao meu lado, no leito largo,
e o seu cheiro e o seu farto sabor mel?
Até lhe vejo em silhueta, ao fechar os olhos,
com as fartas curvas deste corpo esguio,
curvando-se em gozos despudorados!
Tem sim!, cheiro pecaminoso a sua ausência,
mas é o sem-vergonhismo que une nossos deleites!
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