Efuturo - Página para compartilhar seu talento literário na Web. Compartilhe seu texto, poesia, sentimentos. 15312 - FELINAS NA CHUVA - PAULO FONTENELLE DE ARAUJO

Solicitamos sua ajuda para continuar com nosso Espaço GRATUITO. Eu Cláudio Joaquim desenvolvedor do projeto conto com a ajuda de Todos. Ajude-nos com um PIX do valor que você pode para o CPF: 02249799733.

Sala de Leitura
Busca Geral:
Nome/login (Autor)
Título
Texto TituloTexto



Total de visualização: 563
Textos & Poesias
Imprimir

Total Votos: 0
 
 

FELINAS NA CHUVA

Márcia possui em sua perna a tatuagem da cabeça de uma loba. Márcia saiu de casa usando short e a chuva pegou as duas felinas no caminho, dentro do ônibus para a casa. Já chove há tantas horas e a tatuagem, do seu azul profundo, parece encarar Márcia, viúva com 25 anos. Ela nem percebe e começa a rezar baixinho: “Pai nosso que estai no céu...santificado seja vosso nome...”.
Há uma clareira de possibilidades no céu. A loba poderia mirá-lo do seu azul profundo, mas a viúva sofre com todas as possibilidades:
“Naquela noite antes de Carlos sair eu poderia ter olhado o seu rosto. Eu deveria ter olhado para protegê-lo porque foi a voz de Carlos que saiu e voz não sabe se defender... voz quando sai parece dizer apenas, agora está tudo livre. O corpo não admirado por você, agora é meu”.
Naquele sábado foi a mãe de Márcia que acordou Carlos para avisar da falta de pão e leite em casa e isto desanimou Carlos, ele quis sair para comprar pão na padaria e a convidou para irem juntos. Ela entrou na padaria, mas trazia algo triste. Era um sábado lindo de sol... ainda assim ela engolia uma tristeza e reclamava do estado das coisas, do comportamento do marido. Os dois voltaram e enquanto Carlos se justificava, ela estava no meio de outra avalanche. Foi assim o dia inteiro, mesmo durante a faxina em casa que precisava ser feita, mesmo ali não foi possível evitar o ponto da dobra: A dobra é o momento no qual tudo desanda e nenhum gesto pode mais evitar o incidente fatal do fim da noite. Ela ouve do quarto o marido dizer:
- Márcia, volto quando você parar de rosnar!
Carlos antes ajudara na faxina de casa, até decidiu ampliar a limpeza passando nos cantos da pia uma antiga escova de dentes com detergente.
- Não se usa escova de dentes, Carlos!
- Me avisa quando eu acertar alguma coisa?
Márcia se lembra desta resposta, antes arregalar os olhos ao ver um gato sendo levado pela enchente na rua. “A noite ele saiu decidido a voltar morto... a culpa é toda minha. Um dia inteiro de discussões”
Márcia vê ainda a passagem do corpo de um cão e pensa: “Os dois bichos
são tão felinos quanto Carlos e eu”.
Naquele domingo quem ligou avisando do latrocínio foi a sogra de Márcia. A polícia alegou que a morte de Carlos aconteceu porque tentaram roubar o seu celular.
- Por isso dava apenas caixa-postal - reclama Márcia.

DO LIVRO:CHUVAS NO JARDIM-BOTÂNICO;

 
   
Comente o texto do autor. Para isso, faça seu login. Mais textos de PAULO FONTENELLE DE ARAUJO:
20 DE JANEIRO DE 1983 Autor(a):
A BELEZA, QUARTA DIMENSÃO Autor(a):
A CARNE QUENTE Autor(a):
A CEGONHA Autor(a):
A CIDADE POSSÍVEL Autor(a):
A DESCONSTRUÇÃO Autor(a):
A FORÇA DO CIÚME Autor(a):
A FORMIGA ALHEIA Autor(a):
A INVENÇÃO DO FUTEBOL Autor(a):
A MÁQUINA DO TEMPO Autor(a):
A MISTURA AMOROSA Autor(a):
A MULHER DO LOUCO Autor(a):
A MÚMIA Autor(a):
A PISADA DO GIGANTE Autor(a):
A PRIMAVERA DAS FADAS Autor(a):
A SONDA AMERICANA VOYAGER I Autor(a):
A TEVÊ LIGADA Autor(a):
ABISMOS Autor(a):
AGUMAS MOTIVAÇÕES Autor(a):
ALGUMAS PRINCESAS Autor(a):
ALMA SURDA Autor(a):
ALMA SURDA Autor(a):
ALMAS SURDAS Autor(a):
AMO A VIDA COMO WALT WHITMAN Autor(a):
AMOR ATO VINTE Autor(a):
AMOR AOS DOZE ANOS Autor(a):
AMOR ATO CINCO Autor(a):
AMOR ATO DEZ Autor(a):
AMOR ATO DEZENOVE Autor(a):
AMOR ATO DEZESSEIS Autor(a):

CONVITE ESPECIAL. Conheça o nosso novo projeto. Participe em nossa Sala de Leitura e Escrita. Com muito mais recursos.
Grátis.
https://epedagogia.com.br/salaleitura.php


Banner aniversariantes

Aniversário Hoje

Aniversariante de Hoje 1