Minhas kriptonitas
são as certezas,
que criam muros invisíveis
e deixam as interrogações mudas.

Atrás desses muros invisíveis
longos rabos
arrastam pesadas correntes
presas nos cadeados das crenças.

Atrás desses muros invisíveis,
os paraísos foram boicotados
pelos uivos das matilhas
recitando versículos.

Atrás desses muros invisíveis,
diante de espelhos empoderados
multidões de iguais se despem sem pudor,
exibindo a nudez hipócrita das diferenças.

Fujo dessas kriptonitas,
As interrogações não abusam
da minha inteligência,
nem da minha ignorância.