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DIRCEU O VIGARISTA

DIRCEU – O VIGARISTA
Meu nome é Tito.
Nos anos 50 havia aqui em São Paulo vários jornais que traziam anúncios de emprego aos domingos, com mais de 200 páginas cada. O “slogan” era: “São Paulo não pode parar”.
Trabalho à vontade e eu só procurava, não sei se por comodidade ou preguiça, os bem perto de onde eu morava.
Em 1959 me dei mal, pois, inicialmente encontrei emprego no escritório de uma empresa que distava quatro quarteirões de minha casa, 5 minutos a pé e eu chegava lá.
Acontece que um mês depois o escritório foi transferido para junto das instalações da fábrica, 10 km distantes, me ferrei!
Poderia sair dali e facilmente arrumar outro trabalho, mas seria ruim mudar de emprego com 30 dias de carteira assinada, então aguentei firme.
Foi lá que conheci Dirceu. O rapaz que teria uns 35anos era especializado em recursos humanos. Éramos mais de 500 empregados. Dirceu sabia ser companheiro de todos, frequentava o refeitório com os operários, nos finais de semana, churrascos, jogos de futebol, integração total entre patrões e empregados um paraíso!
Diferentemente de hoje, onde os bancos oferecem cheque especial, cartão de crédito e todas as facilidades para emprestar dinheiro, na época só restavam à caixa de penhores para obter-se qualquer valor, ou os agiotas.
Certo dia Dirceu anunciou que conseguira um empréstimo junto ao patrão para o mês seguinte. Cada um poderia tomar emprestado o valor equivalente ao próprio salário, parcelado em 12 vezes sem juros e o pagamento seria feito por meio de desconto em folha. A comemoração foi geral!
Na semana seguinte Dirceu fixou seu convite de casamento no quadro de avisos da empresa. O casamento seria em sua cidade natal.
Logo, todos se articularam para fazer uma lista e comprar um belo presente, afinal ele era muito querido pelo grupo.
Dirceu pediu que lhe fosse entregue em espécie o dinheiro arrecadado, pois sua casa já estava montada e ele precisava era do numerário para a viagem de núpcias.
No dia do vale foi arrecadada uma quantia gigantesca em dinheiro, todos queriam a felicidade dele.
Na mesma semana Dirceu saiu de férias.
No mês seguinte à época dos empréstimos anunciados, sem que Dirceu retornasse, a preocupação era geral.
Onde estaria Dirceu?
Como eu trabalhava no escritório, pergunte para o Sr. Jean, dono da empresa, quem cuidaria dos empréstimos na ausência de Dirceu. Foi quando, parodiando o titulo de uma linda musica da época, “o meu mundo caiu”!

Soube que Dirceu jamais tocara no assunto de empréstimo com ele e já havia se demitido há quase um mês.
E agora, o que fazer?
Essa era a pergunta de todos que acabaram assumindo dividas confiando no tal empréstimo.
Resolvi agir, eu e mais dois colegas de escritório, fomos até o endereço que constava em seu registro de trabalho.
Lá chegando, fomos recebidos por uma moça de nome Dolores.
Na época não havia violência alguma na cidade e ninguém temia receber pessoas em sua casa. A moça pediu para entrarmos e então perguntamos sobre o paradeiro do Dirceu.
Ela sentada no sofá da sala, disse:
_Fui casada com Dirceu por oito anos, mas tem uns dois que nos separamos e não o vi mais!
Achei que seria bom contar a ela o ocorrido, a promessa dos empréstimos e sobre seu novo casamento.
Às gargalhadas Dolores desfere:_ Ele fez isso novamente?
_Como assim? Perguntei eu a ela.
_Olhe Tito, meu ex-marido já deu esse mesmo golpe em três oportunidades.
Nunca foi preso, não há crime em receber dinheiro, oferecido espontaneamente, como em uma lista de casamento.
_Mas tem uma coisa que ele fez que poderia colocá-lo na cadeia.
_ O que é? Perguntei.
Ela continua: _Nos últimos cinco anos ele teve dois filhos com outras mulheres, mas, no cartório de registro de nascimento ele me declarou como mãe das duas crianças._.
¬_Mas para que isto? Perguntei. E Dolores esclarece:
_Ele recebe um salário família para cada filho e ainda para abater como dependentes no imposto de renda.
Saímos dali, arrasados. Antes de ir embora anotei o fone da vizinha para avisar caso precisasse voltar a falar com Dolores.
Durante dias fiquei matutando sobre o que poderia fazer para pegar esse safado. Marquei novo encontro com Dolores, mas desta vez fui só.
Com um sorriso nos lábios ela me recebeu e disse:_ Você é teimoso mesmo Tito. Depois de um cafezinho expliquei meu plano de vingança.
Vamos ao Juiz pedir pensão alimentícia para os seus dois filhos.
Espantada ela me diz: _Mas Tito, eu não tenho filho nenhum com ele, você enlouqueceu?!

Ao que respondo:_Eu sei que filhos você não tem, mas tem duas certidões de nascimento que provam isso.
E ela continua:_Mas é só papel, não tenho criança alguma.
Mas eu sigo com meu raciocínio:_Sei bem disto, o Dirceu sabe e você também sabe, mas o juiz não! Você acredita que ele terá coragem de admitir que registrasse duas crianças usando de má fé?
E ela preocupada retruca: _Mas e se ele admitir o erro? Nós passaremos por chantagistas, seremos tão golpistas quanto ele!
Mas eu continuo: ¬_Não Dolores, se ele resolver admitir terá a nosso favor o testemunho de pelo menos 500 pessoas garantindo que só fizemos isso para obrigá-lo a confessar.
O advogado da empresa recebeu o aval do patrão Sr Jean e entrou com o pedido de pensão alimentícia.
Dirceu estava em destino ignorado, e o processo correu à revelia.
Depois o juiz determinou os valores e a dívida já estava acumulada. O não pagamento da pensão seria penalizado com detenção.
O difícil foi localizar o pilantra, Dirceu só se empregava em empresas com elevado número de funcionários. Mas nós éramos um grupo grande e visitávamos a todas sob o pretexto de sermos candidatos às vagas que disponibilizavam e foi assim que encontramos o safado.
Já havia um mandato de prisão contra ele que ao ser preso preferiu confirmar o crime de registro falso de crianças. As certidões foram anuladas.
Dirceu seguiu mais um bom tempo preso.
Lá teve muito tempo para pensar e decidiu mudar de vida e mudou mesmo, filiou-se a um partido e entrou para política.
Seria mesmo esse o final da história?
FIM – por Tito Cancian – italianodeoderzo@hotmail.com
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