Como sobreviverão essas flores
Que se encontram abandonadas no jardim?!
Serão esquecidas as suas cores
Que se decompõem na solidão, assim?!

Não vicejam mais em jardim de sofrer pleno
Pois que foram desfolhadas do viço da vida...
(E no entardecer do entardecer mais sereno!),
Quedam-se inertes ao vento que são varridas...

As flores que um dia te foram as mais belas
Partiram sem adeus no adeus que se fez...
Eram flores da última primavera,
Do outono, talvez...

Inda caem em revoadas das copas dos ipês,
Flores roxas, brancas, entre tons, amarelas!
Rolam semivivas na insensatez
Das tonalidades que as tornam tão singelas...

De ti as doces lembranças às tardes tão frias
Desfazem-se na gris cor de um lutuoso véu!
E cá na saudade em que me acho, (vazias!),
Esvoaçam tão mirras sobre o teu mausoléu...

(Onivan – 05/03/2017)