MOMENTOS PSÍQUICOS

O meu ser pode ser que seja assim,
Como um raio que cai no poste cheio de força,
Representando o medo,
O medo de ser aquilo que eu sou.
Mulher, corpo, vida feliz, só fantasia?
Não me basta saber que é bom,
Eu preciso na verdade ter essas emoções,
E se elas estão longe do meu alcance,
Caído na calçada transbordo um silêncio,
Viro o paraíso das dores, fico como uma pétala de rosa
Que cai e é levada pelo vento,
Só que ela morre se desintegra,
Eu não, eu sou arrastado para
O submundo negro dos foras de lugar.
Eu, ser sorriso? Risos irônicos.
Só quando a tempestade não molha
Meus segredos miseráveis escondidos nos bueiros.
E nada posso fazer para salvar minhas idéias da morte,
Se nessa São Paulo louca só chove.
Mas como consolo eu tenho um entusiasmo,
Perdido no passado, amassado pelo tempo,
Que gela o meu peito, treme o meu passeio
Pelo bosque encantado da natureza falecida.
Enterrada na consciência do homem
Que não flora como um ser inferior
Nem mesmo na cabeça dos políticos malacos,
Saídos das sedes dos partidos bem preparados.
Preparados para roubar o seu povo gentil,
E até mesmo o nosso banco do Brasil.