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RESGATE

Então...

O desenvolvimento da tecnologia vai trazendo mais e mais benefícios, conforto e comodidade às pessoas, disso não temos dúvidas e ninguém seria louco de negar.

Também não podemos negar, que todo esse desenvolvimento, vem castrando, sonegando alguns valores humanos, das relações familiares e principalmente sociais. Vê-se tal realidade com as pessoas meio que se enclausurando em suas casas, primeiro pelo conforto a que passam a dispor, pela facilidade da comunicação, pois, do seu confortável sofá podem acompanhar instantaneamente o que ocorre no mundo.

Com seus telefones poderosos interagem, mesmo a distância, com seus familiares, amigos, etc. Com suas câmeras, assistem o que se passa ao redor das suas casas. Com suas tevês de grandes telas, suas conexões automáticas tem tudo a seu dispor, com simples toques nos controles, quando não em meros comandos de vós.

E tem ainda a insegurança vinda das ruas, que nos fazem levantar mais muros, cada vez mais altos, que nos fazem mais seguros e em contrapartida mais segregados, mais isolados, mais e mais sozinhos (mesmo acompanhados), afastando-nos gradativamente da convivência, da interatividade real, do bom-dia real, dos abraços reais, dos acenos vivos, dos risos e das gargalhadas reais, quentes, humanas, amigas, soltas, leves e que tanto bem fazem ao coração, a alma e aos valores primordiais da socialização.

Sim, sem bobo saudosismo, vimos ganhando muito em tecnologia e conforto material e em contrapartida perdendo muito naquilo que é a essência da racionalidade humana, que é a socialização, a partilha da presença.

Bem por isso, queria saudar os Vizinhos do Schroeder pelo encontro de sábado, dia 28/10/2017. A mim fica como uma data que fará parte das minhas belas memórias e com uma representatividade quase poética.

Lembrar das pessoas saindo de suas casas para se encontrarem sem outros interesses que não seja o simples bem estar é bom demais. Sim, bem estar sem o conforto dos sofás, dos controles remotos, dos automóveis tecnológicos, dos restaurantes de luxo, é bom demais. É humano demais, é interativo demais.

Lembrar das tendas armadas na rua, das churrasqueiras enjambradas no meio-fio, do desconforto do paralelepípedo, da fumaça incomodando e das tantas pessoas simplesmente conversando aqui e acolá, mal acomodadas em cadeiras e banquinhos espalhados desordenadamente, é bom demais.

Lembrar das gargalhadas barulhentas ao redor, das piadas engraçadas e até das sem graça que tentei contar; dos mal ditos das minhas galinhas poedeiras e até do Chop acabando, é muito bom. Ter visto uma senhora já mais idosa, sentada numa cadeira desconfortável no meio da rua, olhando aquela porção de gente, conversando, rindo, gargalhando, comendo linguiça e coxinha de frango, em guarda-napo ou segurando com a mão mesmo, certamente a fez relembrar de algum remoto tempo. Ahhh se fez. Com certeza ela gostou de ter assistido tudo aquilo. Creio que até pensou que não mais veria tais bagunças tão humanamente organizadas.

Ter assistido meninos e meninas, mesmo que timidamente, se comparado aos velhos tempos, andando e brincando sobre o impecável gramado do Jaime, foi muito bom, quase um resgate das minhas memórias de menino. O Jaime pode até não ter gostado (rsrsrsrs), mas eu gostei. O Devanir também.

Até assisti, sorrateiramente, as senhores em cochichos, com nos velhos tempos e agora só vistos em salão de beleza, reclamando dos maridos. Ouvi sim, até a minha. A minha, com certeza, sem nenhuma razão. As outras já não sei, mas creio que com seus muito bem justificados motivos.

Ter participado, já na quase madrugada, de cantoria meio que embriagada, daquelas de final de festa, à luz da lua, no meio da rua e com exímio tocador, foi sim bom demais.


Enfim, no sábado assisti coisas gostosas, simplesmente humanas, simplesmente simples, diante da contemporaneidade tecnológica e consequentemente isoladora das pessoas, mas de valores que não podemos deixar que se apague de vez, seja pela segurança partilhada do nosso “loteamento”, seja pela moderna interatividade do whats e primordialmente pelo quanto é bom viver um pouquinho, que seja vezes em quando, dos perenes valores da velha, salutar e imprescindível “boa amizade”.

Eacoelho

 
   
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