Efuturo: Falso, Falso, Quase Pronto

Falso, Falso, Quase Pronto

Aparecendo, mesmo sendo apenas parcialmente convidado.
Não muito eloquente, mas não muito vago.
Um "q" de elegante,
mas falso, falso.

Inventando personagens de acordo com a conveniência,
encenando cada traço de sua aparência.
No rosto, um sorriso que não vale um tostão...
Mas, pra quem olha, até que é simpático.
Por dentro, um mentiroso acrobático,
um malabarista da própria expressão.

Um roteirista dos próprios sentimentos,
um esforçado perseguidor de objetivos.
Acasos forjados, coincidências elaboradas...
E um olhar dissimulado.

Longas discussões exaltadas com seu próprio ego.
E não tem remédio, é quase uma compulsão:
ao mesmo tempo criador e criação,
monólogos persuasivos de auto-ajuda,
e o contínuo jogo de se interpretar.

E nem ele mesmo sabe onde isso vai parar.
Não quer que pare,
a falsidade já lhe cai tão bem.
O tempo todo brincando de ser ator.
Mantendo seu ar superior.
Já está quase pronta sua obra-prima,
o arquétipo do que gostaria de ser,
pra, quem sabe, simular o amor.
Quem é ele?
Um poeta solitário fingindo que é dor.