Mantém ritual a feiticeira.
Em banho de inútil descarrego.
E reza uma reza crucial...
Se diz, toda cheia e, tudo é mal.
Contorce em flagelo corporal.
Arrasta-se, insone e sem sossego.
Mal sabe que todo mal esgueira,
De dentro da própria e sem beira,
Pessoa que suga qual morcego.

Mantém ritual a feiticeira.
Em banho de inútil descarrego.
E anda na casa dentro e fora,
Com seu fumacê a toda hora.
Que pobre coitada a tal senhora.
Estar em real desassossego
Banhar em eterna benzedeira
Não sabe a mente em doideira
Fazer ritual deixa Ser trôpego.

Mantém ritual a feiticeira.
Em banho de inútil descarrego.
A não enxergar que um feitiço
Só vem para quem fez o serviço
Trazendo à sua vida todo enguiço
Que joga pra longe o aconchego
Ladeira lodosa ou ribanceira
Se vai toda uma tranqueira
E junto o azar de todo apego.