Efuturo: Como falar de flores??

Como falar de flores??

Pajeando a minha sujeirinha de cada dia...
entorno essa falsa-positiva-reclusão, minuto a minuto!
Busco fora o que dentro não tenho!
Arregimento escusas para meus indultos
e me amparo no ópio da reminiscência.
O ópio entorpece o juízo!
O juízo, que bem pode não ser o julgador.
Mas nem mesmo é o meritíssimo ou o meretrício.
O ópio pode ser cúmplice nesse meu falso-positivo-crime.
Esse mesmo, que resultou em pena sem julgamento.
Condenação que me assoberba: condenado-inocente.

Adianta agoniar, em agoniação fecal??
Um perdão implícito, solicito e pleno,
é o que mais espero e anseio logo chegar!
Um alento vívido ao meu pré-julgamento-condenatório!
Que bem podia ser “nulidade por prejulgamento do mérito”.
Mas sem ter crime, pode ter nulidade?
Se nem julgamento houve, mas sim condenação explícita.
Apelar para onde?? ... A quem?? ...

Mais um grito recheia o vazio desse silencio mudo!
Mas não ainda de liberação!, aquele que bem gostaria de ouvir!
Melhor dizendo, gostaria de ter ouvido antes mesmo de ser apresado.
Isso, ao breu do sonho de ser livre,
parece incongruência no seu inteiro contraditório!
Sejamos lógicos: como falar de flores??, se piso em brasas??
Como querer ser lógico se estou sendo engabelado, e isso aguça meu ajuizar?!
Posso apenas argumentar, sem, no entanto, pré-julgar ou perjurar ou desejar
Mas quem com ferro fere com ferro será espetado nos quintos dos infernos!
Em outras e mais fortes palavras, cada quem tem seu inferno!

E vem a vontade de escolher um barco...,
nele subir e içar as velas!
Para onde?? Deus sabe o destino!

Os que se foram, foram para onde?
Se foram para sempre?! Não mais escuto nada!
Os que se foram, não mais falam. E se falassem??, o que diriam?!

No mais arredondado silencio interior, aguço os meus sentidos e,
nas minhas contemplações, pressinto e constato:
aflição, tristura, lágrimas, prostração, revolta, apartação,
desamparo, inseguridade..., e dúvidas!
Muitas dúvidas!
Muitas e muitas dúvidas!