Efuturo: MITOLOGIA BRASILEIRA EM VERSINHOS

MITOLOGIA BRASILEIRA EM VERSINHOS

1 – ANGOÉRA
2 – ANHANGÁ
3 – ARRANCA-LÍNGUA
4 – ÁRVORES ENCANTADAS
5 – AVATI
6 – BARBA-RUIVA
7 – BOITATÁ
8 – BOIÚNA
9 – BOTO
10 – CABEÇA DE CUIA
11 – CAIPORA
12 – CAOERA
13 – COBRA NORATO
14 – CUCA
15 – CURUPIRA
16 – LOBISOMEM
17 – MULA-SEM-CABEÇA
18 – NEGRINHO DO PASTOREIO
19 – SACI PERERÊ
20 – TUTU MARAMBÁ
21 – VITÓRIA-RÉGIA
22 – YARA
23 – ZUMBI


ANGOÉRA (Fantasma em guarani)

Era um índio muito triste
Que de tudo se escondia
E de todos pelos matos
E peraus. Ninguém o via.

ANHANGÁ (Protetor da caça)

Por meio de um assobio
Sua presença é assinalada
E a caça desaparece
E não é mais encontrada.


ARRANCA-LÍNGUA

Rebanhos ele dizima
Pra comer somente a língua
Das vacas. É um desespero.
As pobres morrem à míngua.

ÁRVORES ENCANTADAS

Aparecem e desaparecem.
Surgem à beira das estradas
E pelos caminhos desertos
por caçadores encontradas.

AVATI

É um herói guarani.
Foi morto e de sua cova
Nasceu a planta de milho
O seu nome é Avati.

BARBA RUIVA

De cabelos bem vermelhos
Com o peito cheio de lodo
Desprezado pela mãe
É temido como um todo.

BOITATÁ

Cobra-de-fogo que vaga
Pelos campos e os protegem
Daqueles que o incendeiam.
Boitatá é o personagem.









BOIÚNA (Cobra grande)

É uma cobra gigantesca
Que vive nos aguapés,
Fundo dos rios e lagos.
Corpo brilhante que é

Reflete a luz do luar
Atraindo os pescadores
Que se aproximam pensando
Ser um barco dos maiores.

BOTO

Em belo rapaz se transforma,
E se veste todo de branco,
Portando um chapéu pra esconder
O furo no alto da cabeça
Por onde o crustáceo respira.
Dom Juan caboclo pode crer!

Seduz as moças e donzelas
E quase sempre as engravida.
Não resistem ao seu encanto.
É um boêmio, e ninguém duvida.

É grande sedutor das matas,
Quando não se conhece o pai
É o boto que leva a fama.
Da boca do povo não sai.


CABEÇA DE CUIA

Alto magro e cabeludo
Vive nas águas do rio
Sai a procura de moça
De nome Maria




CAIPORA

Protetor das caças no mato.
Quando sai errado um projeto
É que o autor viu o caipora.´
É o azarão em seu trajeto.


CÃOERA

Mora em buracos na terra.
É um tipo morcegão.
Ele surge quando jogam
Espinha de peixe n&039;água.


COBRA NORATO

Rapaz encantado em cobra
Que habita o fundo do rio
De noite ele vira gente
Dança e ao amanhecer
Vai embora de fininho.


CUCA

Feiticeira, mulher feia,
Ameaça as criancinhas
Que são desobedientes
E que não são boazinhas.


CURUPIRA

Um moleque de sete anos
Corpo de pelos coberto
Com pés virados pra trás
Deixando o caminho incerto.


LOBISOMEM

Morre com bala de prata.
Homem lobo que vagueia.
Ataca a qualquer um,
Em noites de lua cheia.


MULA-SEM-CABEÇA (burrinha de padre)

Conta a lenda que mulher
Que namora padre vira
Uma mula-sem-cabeça
E que nunca mais desvira


NEGRINHO DO PASTOREIO

Uma espécie de anjo bom.
Ao qual se há de recorrer
Pra achar o que se perdeu
E que faz aparecer.


SACI PERERÊ

Negrinho de uma só perna
Diz a crença popular:
Pede fumo aos viajantes,
Alegre a saltitar.

Vive atazanando a vida
Das pessoas no rincão.
Não é maldoso o peralta.
Ele é só brincalhão.

TUTU MARAMBÁ (Bicho-papão)

Mete medo às crianças.
Ele é muito roncador.
Vem quando os meninos choram.
É um barulho, que horror!

VITÓRIA-RÉGIA

Conta a lenda que a índia
pela lua fascinada
Quis alcançá-la no céu
Não conseguiu, desolada.

Uma noite ao ver a lua
no lago ali refletida
Mergulhou ao seu encontro
E teve triste partida.

Comovida a lua no céu
Transformou-a numa flor
Vitória-régia surgiu
Com todo o seu esplendor.


YARA

A jovem Tupi rainha
Do grande rio Amazonas
Seu corpo foi transformado
Parte peixe parte humana

Yara virou sereia
Com seu canto ela atraia
Os homens ao seu encontro
E a água os consumia.


ZUMBI

Vaga pela noite a alma
Do Quilombo dos Palmares
Fantasma que nas estradas
Assombrações dos lugares.