Efuturo: ARDENTE DESEJO

ARDENTE DESEJO

Rio, 09/08/2007.

Aproximei-me com cuidado do leito
E a luz frouxa entrava pelas janelas,
O vento nas cortinas fazia o efeito
Que parecia dourar as flores amarelas.

Movido pelo desejo irreprimível
Quis beber da luz escorrida no chão,
Era-me, aos olhos, isto tão possível...
E, num repente, sorvia nada na mão.

Delírio dos olhos de mente insana!
Depois, tal qual criança aquietei,
Sem entender o motivo desta gana.

Mas a luz tão dourada a entrar,
No meu puro âmago a desejei
E quase a sorvi com meu olhar...


SEDNAN MOURA