Efuturo: A conspiração da consciência e a Arte-enlevo - novo site de Mauricio Duarte

A conspiração da consciência e a Arte-enlevo - novo site de Mauricio Duarte

A conspiração da consciência e a Arte-enlevo



Preâmbulo



O que é arte-enlevo? E de que se trata a conspiração da consciência? Temas amplos, de envergadura enorme. Se limito a amplitude deste preâmbulo é por pura vontade de apegar-me à investigação científica em docência do ensino superior. Minha inclinação intelectual, no entanto, é sempre a de romper barreiras e limites e açambarcar realidades a partir de generalizações. Sempre fui desse modo ao tratar de algum objeto de estudo. Sempre vi o todo e depois as partes. Para um desenhista, isto é bom, até certo ponto, mas o resultado é que, no começo da minha carreira, meus trabalhos artísticos, às vezes, careciam de acabamento. Os detalhes... “O diabo mora nos detalhes”, já disseram...

Mas enfim, é preciso começar do começo para usar mais um clichê. Porque arte-enlevo? A arte já não é tudo que pode ser sendo apenas arte? O utilitarismo em arte já não tinha sido abandonado definitivamente após toda a revolução tecnológica da fotografia, cinema, vídeo, entre outros aparatos? A resposta, a meu ver, é sim e não. A arte ainda não é tudo o que pode ser, mas alcançou níveis de independência, originalidade, poder estético e de articulação e influência na atualidade nunca antes vista; a despeito de muita gente torcer o nariz para a arte contemporânea sem nem entender... Não sem motivo, dirão outros... E porque digo que a arte não é tudo o que pode ser? Não é pelo mesmo motivo que é o que é. A aparente ou factual inutilidade da arte agrega um valor subjetivo infinito a uma peça de arte que pode se desprender das amarras do objeto tecnológico – design mediado pela técnica – ou das amarras ideológicas – design ou anti-design mediado pelo social – e passar a representar uma inumerável carga de significados a partir do significante projetado, criado, composto justamente para este fim. No entanto, esta pretensa liberdade – ou factual liberdade – é tanto seu maior valor quanto seu calcanhar, seu tendão de Aquiles. Sabedores dessa questão, muitos artistas ao longo de todas as eras, criaram e cultivaram a arte visionária e a arte objetiva – ligadas à experiências metafísicas ou espirituais com uso ou não de psicoativos – cuja intenção primordial seria a expansão da consciência. “Recentemente”, veio se somar aos tipos de arte existentes, a arte bruta e a arte naif – ligadas a execução de peças por artistas com problemas mentais ou por artistas que não tiveram formação artística acadêmica – o que alargou o espectro de definição das artes, bem como fez a grande contribuição da arte terapia, que se liga a propostas terapêuticas a partir da arte. Mas me parece que há uma lacuna, nesse sentido, que escapa aos olhos do homem contemporâneo. A expansão da consciência da humanidade como um todo, não pode se dar sem que ocorra a modificação de mentalidade, de pensamento, de atitude em um número considerável de pessoas que representariam uma massa crítica, cuja evolução carregaria todo o resto para esse nível avançado automaticamente, como um fluxo de instantaneidade. A arte é individual, cada um a vê de um modo todo peculiar, próprio, seu. Isto é verdade, mas é só parte da verdade. O grande conjunto dos clássicos de obras artísticas – literárias, escultóricas, pictóricas, animadas, quadrinhográficas, cinemáticas, videográficas e outras – só é reconhecida como tal porque são compartilhadas. Por este único motivo? Não. Eu diria que este é 50% do motivo. O imaginário coletivo elegeu um cânone, esse cânone seja erudito, cult, mid-cult, pop, é afastado, repelido ou usado e endossado por artistas, de acordo com suas conveniências e objetivos. Objetivos... A arte pode não ser utilitária, mas possui objetivos. Que objetivos tem a arte? Fazer pensar, discutir, questionar. Emocionar, afetar sentimentalmente. Empolgar, suscitar valores, clarificar pensamentos ou simplesmente trazer um deleitar estético à baila.

Não se trata de dizer que a arte pela arte não existe ou não é válida. A fruição da arte envolve vários níveis. Dentre estes níveis, o espiritual, o enlevo espiritual. Trata-se de dizer que ocorre algo maior que o atributo de ser prática artística da arte em certas peças de arte. Esse algo a mais é objeto de estudo aqui. Desse modo, a arte-enlevo é um gênero de arte que fica no meio do caminho entre a arte visionária, a arte objetiva e arte terapia, basicamente.



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