Efuturo: HUM!...SETE UM

HUM!...SETE UM

Rio, 16/04/2004.

A massa
Que caça
Que traça
Que laça
E na praça
As flores
Em duas cores
Se olhar fores
E ouvido pores
E das palavras provar
Então sentirás o azedo
E também o medo
E que aponta o dedo
E uma boca a falar.
E a raça
Que se entrelaça
E que o pão amassa
E não pode comer
Por faltar dinheiro
No bolso do trabalhador
Que o mínimo ganha
E se esquiva de morrer.
E Prometeu, na manha,
Vestido como gladiador
Na arena amarga da vida
Quer destruir o monstro medonho,
Que se levanta em cada sonho
E que causa grande ferida.
E a pensar me ponho
E em zanga ronho
Por descabidas promessas
Que me causam dor de cabeça
E oferecem-me compressas
Que estão frias de esperanças.
E olho o futuro
E uma luz no fim procuro
E vejo as crianças,
À mercê, sem família.
E na casa grande, a matilha,
São todos lobos vorazes,
Loucos por carne verde
Que em tempo oportuno uivam
Por todas as esquinas.
E quem passa
É a grande massa,
Cega dos olhos,
Com cara de palhaço
Que é como caça
Presa no laço
Que fez o passarinheiro.
E o nosso dinheiro
Lavado em honesto banco,
Levado por colarinho branco,
Guardado em paraíso fiscal
Por uma ilustre classe animal.
Que fim isto terá?
Cada vez que se mexe na titica
O fedor mais se acentua,
É bosta da políti... tica
Que quer vestir a verdade nua.
Penso que são partidos,
Pois os ouço a proclamar
E se estão partidos
Por que não consertar?
O jogo é bom pra se ganhar
Um por cento é o acerto,
Isto me tira do aperto.
A caixinha daquela classe animal,
Da matilha de respeito, afinal!
Merecem nossos aplausos com emoção
Quando forem postos na prisão!

SEDNAN MOURA