O DOCE – AMARGO
Um dia com extrema felicidade
Provei com avidez o doce de seu amor.
De seus lábios suguei o sumo açucarado do mel
E Tive em mim o calor penetrante de seu olhar.
De seu corpo, na cópula carnal,
Extraí a substância aromática
Derivado de sua singeleza
Retirando a essência
Enquanto vibravas
Entregando-me
A beleza da flor.
E absorvi a energia vitalizante
Que me proporcionava o seu interior.
Mas pela porta ao qual nunca devia ter saído
Sorvi do fel o seu amargor, pois um vento forte
Arrebatou aos ares as pétalas de minha flor.
Em um lamento triste chamei seu nome,
Respondeu-me o amargo da dor!
Restou o perfume impregnado,
E vivo experiências que não imaginava
Quando passastes por aquele portal
Nas asas do vento que lhe despetalou.
A fragrância suave persiste
Na saudade que em mim ficou
E não assimilo como pôde o doce,
Transformar-se, do aroma original
No que hoje me fere o olfato
Causando-me tanto mal.
Elio Moreira – Torres – RS OPB - Brasil