Efuturo: Início, Meio, Fim e Recomeço – Parte 2

Início, Meio, Fim e Recomeço – Parte 2

Para se fazer a vontade de Deus, muitas renúncias serão necessárias, e dentre estas, aquelas que impedem os crentes de fazerem muitas coisas que são aceitas e praticadas normalmente por aqueles que não conhecem a Cristo.
É aqui que reside o principal ponto de tensão, que é o catalizador de perseguições e oposições. Este comportamento que o crente tem para agradar a Deus é interpretado como uma atitude de quem se julga superior aos demais, e que rejeita suas pessoas por não serem como eles.
Todavia não é verdade, porque um crente genuíno ama o seu próximo e dedica sua vida a ele, para o seu bem, sobretudo em orações para que seja salvo do mal, e chegue ao conhecimento da bem-aventurança que há em Cristo.
Mas, como isto não pode ser entendido, senão somente quando somos guiados pelo Espírito Santo, nenhuma justificativa verdadeira e justa será aceita pelos que se opõem a Deus, a Cristo, à Bíblia.
“3 Porque basta o tempo decorrido para terdes executado a vontade dos gentios, tendo andado em dissoluções, concupiscências, borracheiras, orgias, bebedices e em detestáveis idolatrias.
4 Por isso, difamando-vos, estranham que não concorrais com eles ao mesmo excesso de devassidão,
5 os quais hão de prestar contas àquele que é competente para julgar vivos e mortos;
6 pois, para este fim, foi o evangelho pregado também a mortos, para que, mesmo julgados na carne segundo os homens, vivam no espírito segundo Deus.” (I Pedro 4.3-6).
Acrescente-se a tudo isto, a forte oposição que Satanás realiza para tentar impedir que os propósitos de Deus se cumpram neste mundo.
Ele já tentou exterminar a nação de Israel por diversas vezes, conforme o testemunho da história, e ainda tenta e continuará tentando até a assolação final por meio do Anticristo, porém jamais conseguiu alcançar seu intento.
Deus prometeu que faria de Israel uma nação e um reino sacerdotal; não admira, portanto que o diabo procure varrer Israel do mapa, para que a promessa caduque.
“5 Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha;
6 vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel.” (Êxodo 19.5,6).
Esta promessa terá cumprimento na associação da Igreja de Cristo dos gentios, em reunião com os crentes da nação de Israel:
“9 Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;
10 vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia.” (I Pedro 2.9,10).
No intento de impedir a manifestação final do reino de Cristo sobre toda a Terra, o Inimigo procura por todos os meios, seja pela propaganda governamental, seja pela mídia, desconstruir tudo o que se refira a Deus, à Sua Palavra e vontade, por insuflar um modo de vida comportamental, exatamente na direção oposta de tudo o que é aprovado por Deus.
Não admira, que haja uma multiplicação extraordinária da iniquidade nestes dias, em razão da proximidade da volta do Senhor, e sabendo o diabo que pouco tempo lhe resta para agir com suas últimas cartadas, para frustrar o plano de Deus.
Ele sabe que tudo o que há de acontecer, já foi revelado na Palavra de Deus, pois ele a conhece melhor do que qualquer um. Mas, por que não tentar ao menos invalidá-la?
Afinal, quanto progresso tem alcançado com sua agenda socialista enganosa, pela qual aponta uma liberdade plena e total para a humanidade, de toda forma de governo que imponha regras que sejam contrárias aos seus anseios (pecaminosos em sua grande maioria, diga-se de passagem).
A mídia está comprometida com esta cartilha; a própria imprensa está encantada com a possibilidade de criação de uma sociedade igualitária, na qual haja plena liberdade de expressão e pensamento, por mais abominável que seja para os que são do ponto de vista do conservadorismo.
Como vimos, seja a luta travada por uma sociedade “progressista”, como a chamam, como se fosse de fato, alguma forma de progresso em relação aos modos de governo e liderança anteriores, ou seja por uma sociedade conservadora baseada nos valores do chamado cristianismo social (que também pouco tem a ver com o genuíno evangelho de Jesus), será uma luta inútil para que haja verdadeira justiça no mundo, porque o problema básico se encontra no coração do próprio homem; coração este, que é a coisa mais corrompida que existe, conforme testemunham as Escrituras, e que necessita ser transformado de coração de pedra, em coração de carne, para que nele possa ser implantado de fato, o que é justo e bom.
“24 Tomar-vos-ei de entre as nações, e vos congregarei de todos os países, e vos trarei para a vossa terra.
25 Então, aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei.
26 Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne.
27 Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis.
28 Habitareis na terra que eu dei a vossos pais; vós sereis o meu povo, e eu serei o vosso Deus.” (Ezequiel 36.24-28).
Mesmo que o mundo se mostre favorável para com o verdadeiro cristianismo, o casamento do mundo com a igreja de Cristo, lavada e remida no Seu sangue, não contribuirá para que haja justiça e paz na terra, ao contrário servirá para corromper a Igreja, conforme ocorreu nos dias da suposta conversão do imperador romano Constantino.
A própria Igreja, não corrompida pelo mundo, que segue a Cristo e Seus mandamentos, não deve tentar cristianizar o mundo como um todo, mas prosseguir em sua missão de ser uma agência do reino de Deus na Terra, pregando o evangelho para que continue havendo conversão e edificação daqueles que comporão o rebanho de Cristo, até que Ele volte, para que então, e somente então, todas as leis de Deus sejam aplicadas a todos os que estiverem vivendo na Terra, e daí para sempre.
A simples existência da Igreja, presentemente como luz e sal da Terra, já é em si um fator de preservação muito grande para que o Espírito Santo continue operando Sua ação restringidora, e controladora dos níveis de iniquidade por parte dos ímpios, de modo a possibilitar o prosseguimento da vida, até a volta de Jesus.
É do próprio Cristo e somente dEle, este trabalho de governar o mundo. Sem a Sua presença, nem mesmo toda a miríade de santos glorificados que estão no céu, vindo à Terra seria bem-sucedida, na tentativa de governar o mundo com justiça.
As condições necessárias para que os reinos deste mundo sejam plenamente de Deus, e de Cristo estão sendo precipitadas pelo próprio controle todo-poderoso e onisciente da divindade, e não é tarefa para seres finitos como nós.
As questões da eternidade só podem ser tratadas por Aquele que é eterno, que tudo criou e controla.
Somos apenas seus cooperadores nas coisas que Ele mesmo opera através de nós, de maneira, que sem Ele nada somos, ou podemos fazer.
Tal é a condição da fraqueza da natureza humana, na forma em que nos encontramos neste corpo de carne e osso, que toda iniciativa para estabelecer uma imposição das leis divinas sobre toda uma determinada sociedade, logo seria corrompida e se desviaria do rumo pretendido inicialmente.
Mais do que um simples poder natural é exigido, para um controle efetivamente moral e espiritual eficaz, santo e justo.
Esta é a razão principal por que devemos aguardar com paciência, o retorno do Senhor, conforme somos ordenados nas Escrituras a fazer.
Faremos bem em seguir a orientação que nos é dada pelos apóstolos:
“7 Sede, pois, irmãos, pacientes, até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador aguarda com paciência o precioso fruto da terra, até receber as primeiras e as últimas chuvas.
8 Sede vós também pacientes e fortalecei o vosso coração, pois a vinda do Senhor está próxima.” (Tiago 5.7,8)
“1 Amados, esta é, agora, a segunda epístola que vos escrevo; em ambas, procuro despertar com lembranças a vossa mente esclarecida,
2 para que vos recordeis das palavras que, anteriormente, foram ditas pelos santos profetas, bem como do mandamento do Senhor e Salvador, ensinado pelos vossos apóstolos,
3 tendo em conta, antes de tudo, que, nos últimos dias, virão escarnecedores com os seus escárnios, andando segundo as próprias paixões
4 e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque, desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação.
5 Porque, deliberadamente, esquecem que, de longo tempo, houve céus bem como terra, a qual surgiu da água e através da água pela palavra de Deus,
6 pela qual veio a perecer o mundo daquele tempo, afogado em água.
7 Ora, os céus que agora existem e a terra, pela mesma palavra, têm sido entesourados para fogo, estando reservados para o Dia do Juízo e destruição dos homens ímpios.
8 Há, todavia, uma coisa, amados, que não deveis esquecer: que, para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia.
9 Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento.
10 Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas.
11 Visto que todas essas coisas hão de ser assim desfeitas, deveis ser tais como os que vivem em santo procedimento e piedade,
12 esperando e apressando a vinda do Dia de Deus, por causa do qual os céus, incendiados, serão desfeitos, e os elementos abrasados se derreterão.
13 Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça.
14 Por essa razão, pois, amados, esperando estas coisas, empenhai-vos por serdes achados por ele em paz, sem mácula e irrepreensíveis,” (2 Pedro 3.1-14).
Como o foco principal do mundo é a justiça, nós discorremos até aqui, apresentando argumentos relativos ao reino de Cristo fundamentados na Sua justiça que, a propósito, como vimos é bastante diferente da justiça perseguida pelo mundo.
A justiça de Cristo é, sobretudo para a justificação de pecadores, que tem a ver com o perdão de seus pecados, para serem recebidos e aceitos como filhos de Deus.
A satisfação da justiça divina, pelo lado forense, com o ato da justificação pela fé, tem, sobretudo o alvo de possibilitar a nossa reconciliação com Deus, em amor.
Por isso, o grande mandamento de Cristo, o novo mandamento que Ele deu aos súditos do Seu reino, é que se amem uns aos outros, com o mesmo tipo de amor com que Ele os amou - ou seja, com o amor ágape divino. O amor sacrificial, de renúncia a si mesmo, à própria vontade, para se fazer a vontade de Deus, e para o interesse maior dEle e de seus irmãos na fé.
Há um corpo espiritual sendo edificado em amor, em Cristo, que é composto por todos aqueles que confessam Seu nome, e receberam a habitação do Espírito Santo para operar sua transformação em pessoas que amem a Deus, assim como Ele as ama.
Do amor, muito pode ser dito, conforme o esforço que vemos no apóstolo Paulo em I Coríntios 13, mas destaque-se principalmente, que ele se funda na verdade, e não pode existir na mentira; ele folga com a justiça, e não com a injustiça.
O amor é o vínculo da nossa comunhão com Deus e uns com os outros, que seguem a mesma regra divina de vida.
Este é o fundamento do Reino de Cristo; e como poderia Ele reinar com aqueles que não se encontram sobre este fundamento, que é a Sua própria pessoa divina?
Isto explica porque nosso Senhor nada respondeu a Pilatos quanto este lhe perguntou o que era a verdade, quando Jesus disse que veio a este mundo por ser rei e para dar testemunho da verdade. Como Pilatos poderia entender todas estas coisas?
O cidadão do Reino dos Céus deve conhecer o caráter e os atributos do Seu Deus, e em tudo imitá-Lo seguindo os Seus passos. Ele deve aprender a ser longânimo, benigno, misericordioso, pacífico, manso, humilde, bondoso, alegre, grato, sóbrio, paciente, perseverante, fiel, a ter domínio próprio, ser praticante da Palavra, vigilante, que ore em todo o tempo, que faça renúncias ao próprio ego, que crucifique a carne com suas paixões, que seja casto e puro - enfim, que seja como Cristo é.
Quando o universo visível for desfeito pelo fogo, e novos céus e uma nova terra forem criados, no final do período do Milênio, somente estes cujas características foram apresentadas anteriormente haverão de permanecer em eterna comunhão com Deus.
O Reino de Deus terá chegado à sua forma final, conforme Ele havia planejado desde antes da fundação do mundo.
Já não haverá mais geração natural na terra. Já não existirá o pecado nela, nem qualquer sombra dele. Tudo será justiça, paz, amor, e alegria, perfeitos. Cristo será tudo em todos. O reino será entregue por Ele ao Pai, e em corregência com Deus, nada mais abalará o mundo.
Não haverá mais necessidade de prescrição de leis para punir malfeitores, porque eles simplesmente, não mais existirão.
Não se ouvirá falar de ofensas e transgressões, porque os corações de todos serão perfeitos, amorosos e puros.
“3 Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.
4 Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.
5 Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra.
6 Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.
7 Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
8 Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus.
9 Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.
10 Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.” (Mateus 5.3-10).
Estas bem-aventuranças nos pertencem, e se manifestam já aqui neste mundo, quando temos a Cristo, mas a plenitude delas está aguardando pela volta do Senhor, quando o reino de Deus se manifestará em sua forma final.
Até lá, devemos nos guardar de tentar ser juízes no lugar de Deus, como tantos tentaram ao longo da história, porque a ninguém foi dado e transferido pelo Senhor, o poder de julgar o destino final dos espíritos, quer de anjos, quer de homens.
A Jesus Cristo, e somente a Ele foi dado todo o poder de julgar. Ele não detém somente a primazia, mas o privilégio exclusivo, porque não o tem repartido com ninguém, exatamente para que não se proceda com injustiça, já que somente Ele conhece perfeitamente, pesa os espíritos, e discerne as intenções do coração.
“26 Porque assim como o Pai tem vida em si mesmo, também concedeu ao Filho ter vida em si mesmo.
27 E lhe deu autoridade para julgar, porque é o Filho do Homem.” (João 5.26,27)
Ninguém está habilitado a julgar corretamente a consciência alheia, nem tampouco o que será o futuro de alguém neste mundo e no outro.
Por isso, não foi dado à Igreja neste mundo, o poder de agir para a punição de malfeitores, e sim aos magistrados, em nome da autoridade civil, porque a Igreja está incumbida de pregar a salvação e oferecer pelo evangelho, o convite à reconciliação com Deus, pelo perdão de pecados, a toda e qualquer pessoa, inclusive aquelas que foram condenadas pela autoridade civil, como o direito positivo o requer.
De modo que, se algum crente se imiscuir na política, que o faça em seu próprio nome ou do seu partido, mas nunca em nome da Igreja ou de Deus.
São realidades que devem caminhar separadas, até que Cristo volte, a saber, a aplicação do direito positivo, e a do direito divino.
A Igreja não foi constituída com autoridade civil sobre o mundo, pois é representante de Deus e da aplicação do seu direito, apenas àqueles que fazem parte da própria Igreja, por consentimento voluntário e por conversão - e não por qualquer outro expediente como, por exemplo, ser forçado a professar nominalmente a fé cristã.
A lei de Cristo será exercida sobre todo o mundo, somente depois da Sua volta, queiram alguns ou não. Um reino de justiça com sede em Jerusalém deve atuar em toda a Terra, porque assim foi determinado por Deus, para manifestar quão justas e perfeitas são Suas obras, e como a iniquidade bate em retirada quando se governa com a justiça que é perfeita, celestial e divina, e não pelas leis e execução de tribunais meramente humanos.
Deus não está disputando o governo e o poder com o diabo. Simplesmente continua executando a Sua vontade na Terra, enquanto o diabo procura se opor a ela.
Desta oposição resulta o refino da fé dos santos, e por isso é permitida, pois traz muita glória a Deus ver Seus servos permanecerem fieis a Ele, em tudo, a par de todas as tribulações e perseguições que sofrem.
Há uma vitória final garantida. Há um reino a ser desfrutado eternamente. Ele está sendo composto pelos que estão se convertendo, desde Adão, e todos serão reunidos em um só rebanho, sob um só Pastor.
Assim, oremos: “Maranata! Ora vem Senhor Jesus!”