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Alexandre Herculano - Mocidade e Morte Imagem em formato de círculo com a bandeira do Brasil, no site é utilizada para escolhe o idioma Português

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(1810-1877)


Nascido em Lisboa a 28 de Março de 1810, era filho de Teodoro Cândido da Araújo, recebedor da antiga Junta dos Juros, hoje Junta do Crédito Publico, e de D. Maria do Carmo de S. Boaventura, filha de José Rodrigues de Carvalho, pedreiro empregado nas obras da Casa Real.

Poeta, romancista, historiador, um dos introdutores e guias do Romantismo português. Pertencia a família modesta, que não pôde proporcionar-lhe estudos universitários. Feitas as Humanidades nas aulas da Congregação do Oratório, passou deste ambiente de trabalho austero para a severidade dos estudos de Diplomática, na Torre do Tombo, aos quais juntava a aprendizagem do inglês e do alemão. Em 1831 foi obrigado a emigrar, como adverso ao absolutismo miguelista. Mas «as profundas misérias do cativeiro», a que se refere, não lhe impediram a frequência da biblioteca de Rennes, o que os companheiros de exílio, aliás, lhe facilitavam, pois o moço estudioso «se tornava mais útil na biblioteca do que na cozinha» - alegavam. Das andanças do cativeiro datam alguns dos mais belos poemas de quem a si próprio se designava como «o trovador do exílio».

Volta a Portugal em 1832, incorporado entre os 7.500 do Mindelo. Durante o certo do Porto, trabalha na organização da Biblioteca Municipal, como seu segundo bibliotecário, sem prejuízo das obrigações de soldado, que sabe cumprir com reconhecida galhardia. Em 1936 derrubam os setembristas o governo cartista, e Herculano, que sentia no acontecimento uma vitória da demagogia, demite-se do cargo de bibliotecário, vem para Lisboa e escreve com apreensões de amargo pessimismo, a que julga adequada a ênfase dos profetas de Israel – que é já a de alguns poemas da sua futura colectânea Harpa do Crente, 1838 -, o livro A Voz do Profeta (1836). Toma em Lisboa a direcção da revista Panorama, que mantém por sete anos, e aqui, e depois na Biblioteca da Ajuda, de que D. Fernando lhe confiou a direcção, começa uma actividade simultâneamente de jornalista, novelista e historiador, o que é o mesmo que dizer: cultiva as aptidões e enriquece a cultura que às páginas do historiador melhor poderiam animar de vida e à efabulação do ficcionista dar mais consistência de realidade.

É no Panorama que vão saindo as obras de ficção com que o A. se desfatiga da aridez dos estudos históricos. Ali saem as Lendas e Narrativas que reunirá em volume em 1851; O Bobo (1843) e alguns capítulos d’O Monge de Cister (1841) . Estes dois últimos romances virão a lume em livro respectivamente em 1878 e 1848. O conteúdo histórico d’O Monge de Cister, mais que o do Eurico, o Presbítero , publicado em 1844, é o excedente das investigações que o plano do historiador lhe não permite utilizar. A História de Portugal , que saiu lentamente em 4 volumes, de 1846, 1847, 1850 e 1853 (porque no intervalo H. se ocupou de política no ataque a Rodrigo da Fonseca), apenas abrange o período que vai da fundação da nacionalidade até ao momento histórico em que os municípios obtêm de Afonso III a representação às cortes. A Herculano interessava particularmente a história das instituições municipais, porque entendia serem elas que, adaptadas «à ilustração do nosso tempo», poderiam evitar que a realeza exorbitasse em cesarismo e a massa popular se desmandasse em demagogia.

Em 1877 apagava-se a chama do homem de maior prestígio intelectual e moral da sua geração. Personalidade completa, acabada, se as há. Capaz da paciência beneditina da investigação, tanto como da penetrante agudeza da crítica, histórica ou literária; dotado da visão arquitectónica na ordenação das ideias, tanto como da imaginação efabuladora de romancista e dramaturgo (fez representar um drama: O Fronteiro de África), não lhe faltando a emotividade que se exprime por alguns dos mais belos poemas do seu tempo – o que não lhe impede a lucidez com que sabe encarar os problemas de ordem prática, da sua lavoura ou da econmia do país. V. Historiografia moderna, Influência Inglesa e Romantismo. Em Portugal.


(1810-1877)


Nascido em Lisboa a 28 de Março de 1810, era filho de Teodoro Cândido da Araújo, recebedor da antiga Junta dos Juros, hoje Junta do Crédito Publico, e de D. Maria do Carmo de S. Boaventura, filha de José Rodrigues de Carvalho, pedreiro empregado nas obras da Casa Real.

Poeta, romancista, historiador, um dos introdutores e guias do Romantismo português. Pertencia a família modesta, que não pôde proporcionar-lhe estudos universitários. Feitas as Humanidades nas aulas da Congregação do Oratório, passou deste ambiente de trabalho austero para a severidade dos estudos de Diplomática, na Torre do Tombo, aos quais juntava a aprendizagem do inglês e do alemão. Em 1831 foi obrigado a emigrar, como adverso ao absolutismo miguelista. Mas «as profundas misérias do cativeiro», a que se refere, não lhe impediram a frequência da biblioteca de Rennes, o que os companheiros de exílio, aliás, lhe facilitavam, pois o moço estudioso «se tornava mais útil na biblioteca do que na cozinha» - alegavam. Das andanças do cativeiro datam alguns dos mais belos poemas de quem a si próprio se designava como «o trovador do exílio».

Volta a Portugal em 1832, incorporado entre os 7.500 do Mindelo. Durante o certo do Porto, trabalha na organização da Biblioteca Municipal, como seu segundo bibliotecário, sem prejuízo das obrigações de soldado, que sabe cumprir com reconhecida galhardia. Em 1936 derrubam os setembristas o governo cartista, e Herculano, que sentia no acontecimento uma vitória da demagogia, demite-se do cargo de bibliotecário, vem para Lisboa e escreve com apreensões de amargo pessimismo, a que julga adequada a ênfase dos profetas de Israel – que é já a de alguns poemas da sua futura colectânea Harpa do Crente, 1838 -, o livro A Voz do Profeta (1836). Toma em Lisboa a direcção da revista Panorama, que mantém por sete anos, e aqui, e depois na Biblioteca da Ajuda, de que D. Fernando lhe confiou a direcção, começa uma actividade simultâneamente de jornalista, novelista e historiador, o que é o mesmo que dizer: cultiva as aptidões e enriquece a cultura que às páginas do historiador melhor poderiam animar de vida e à efabulação do ficcionista dar mais consistência de realidade.

É no Panorama que vão saindo as obras de ficção com que o A. se desfatiga da aridez dos estudos históricos. Ali saem as Lendas e Narrativas que reunirá em volume em 1851; O Bobo (1843) e alguns capítulos d’O Monge de Cister (1841) . Estes dois últimos romances virão a lume em livro respectivamente em 1878 e 1848. O conteúdo histórico d’O Monge de Cister, mais que o do Eurico, o Presbítero , publicado em 1844, é o excedente das investigações que o plano do historiador lhe não permite utilizar. A História de Portugal , que saiu lentamente em 4 volumes, de 1846, 1847, 1850 e 1853 (porque no intervalo H. se ocupou de política no ataque a Rodrigo da Fonseca), apenas abrange o período que vai da fundação da nacionalidade até ao momento histórico em que os municípios obtêm de Afonso III a representação às cortes. A Herculano interessava particularmente a história das instituições municipais, porque entendia serem elas que, adaptadas «à ilustração do nosso tempo», poderiam evitar que a realeza exorbitasse em cesarismo e a massa popular se desmandasse em demagogia.

Em 1877 apagava-se a chama do homem de maior prestígio intelectual e moral da sua geração. Personalidade completa, acabada, se as há. Capaz da paciência beneditina da investigação, tanto como da penetrante agudeza da crítica, histórica ou literária; dotado da visão arquitectónica na ordenação das ideias, tanto como da imaginação efabuladora de romancista e dramaturgo (fez representar um drama: O Fronteiro de África), não lhe faltando a emotividade que se exprime por alguns dos mais belos poemas do seu tempo – o que não lhe impede a lucidez com que sabe encarar os problemas de ordem prática, da sua lavoura ou da econmia do país. V. Historiografia moderna, Influência Inglesa e Romantismo. Em Portugal.



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